sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A História da Criação do Conceito de Raça

Raça: É um termo usado primariamente no século XVI para categorizar diferentes populações de uma espécie biológica por sua origem comum, com o tempo o conceito vai se modificando e no fim do século XVIII e inicio do XIX, através de debates calorosos no interior das instituições acadêmicas, raça se consolida na conceituação de populações totalmente diferentes e hierarquizadas, sob esta ótica pessoas brancas eram vistas como superiores as outras pessoas, levando a maioria dos brasileiros acreditarem que a cor e características físicas do indivíduo influenciam no trabalho e na vida cotidiana das pessoas.
Atualmente, o conceito de raça engloba todas as pessoas, independente de suas características fenotípicas, existindo assim apenas uma raça, a humana. Entretanto, a convicção da existência de raças parece continuar resistente as teorias científicas que a desmentem, influenciando pensamento e comportamentos racistas contra os diferentes grupos sociais baseados em sua origem étnica e /ou geográfica também se dá contra árabes, judeus, ciganos, indígenas, etc.
Sabemos que a condição de diferença não deve ser motivo para inferiorizar, devemos exigir que a diferença deixe de ser transformada em desigualdade. Diante disso, atuaremos voltados a favorecer e ampliar as reivindicações em favor de políticas públicas direcionadas a redução das desigualdades, focalizadas em gênero e raça, promovendo o universalismo dos direitos sociais, sem desprezar o pluralismo existente em nossa
  sociedade.
Música do cantor Lenine que fala um pouco sobre a diversidade racial
acompanhe a música !
Se foi pra diferenciar
Que Deus criou a diferença
Que irá nos aproximar
Intuir o que ele pensa
Se cada ser é só um
E cada um com sua crença
Tudo é raro, nada é comum
Diversidade é a sentença

Que seria do adeus
Sem o retorno
Que seria do nu
Sem o adorno
Que seria do sim
Sem o talvez e o não
Que seria de mim
Sem a compreensão

Que a vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de deus
A vela no breu
A chama da diferença

A humanidade caminha
Atropelando os sinais
A história vai repetindo
Os erros que o homem tras
O mundo segue girando
Carente de amor e paz
Se cada cabeça é um mundo
Cada um é muito mais

Que seria do caos
Sem a paz
Que seria da dor
Sem o que lhe apraz
Que seria do não
Sem o talvez e o sim
Que seria de mim...
O que seria de nós

Que a vida é repleta
E o olhar do poeta
Percebe na sua presença
O toque de deus
A vela no breu
A chama da diferença 
Fonte: Disponível em: http://www.vagalume.com.br/lenine/diversidade.html Acesso em: 10/12/2011

Novo álbum de Lenny Kravitz é voltado à diversidade racial

Para o seu novo álbum, Lenny Kravitz encontrou muito de sua inspiração perto de casa. Na verdade, o próprio espírito do PRETO E BRANCO AMERICA vieram os locais em que a música foi feita a partir de uma minúscula comunidade de 400 pessoas nas Bahamas para as ruas de Paris. E fora de suas experiências como um verdadeiro cidadão do planeta, sua primeira música nova em três anos se tornou a maior colecção pessoal e diversificado de sua carreira. "Sem dúvida, o meu ambiente definitivamente empresta muito para o processo criativo", diz ele.
Fonte: http://www.lennykravitz.com/board_posts/lenny-kravitz-bio Acesso em: 02/12/2011
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,novo-album-de-lenny-kravitz-e-voltado-a-diversidade-racial,680417,0.htm Acesso em: 02/12/2011
Umas das Músicas que é essa:  If You're Gonna Run Again

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Gênero: Construções e expectativas


Gênero: Se refere às construções e expectativas sociais sustentadas em relação aos homens e as mulheres, são representações socialmente construídas sobre o que é ser homem e o que é ser mulher, ou seja, são produtos culturais. (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)
Ao contrário do que muitos pensam sexo e gênero não possuem o mesmo significado, sexo se refere às características físicas do corpo que distinguem o homem e a mulher - construções biológicas. Pode indicar a soma dos atributos fisiológicos, órgãos e capacidades reprodutivas que permite diferir as pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto. (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)
Em nossa sociedade ocorre um modelo de educação aonde vamos aprendendo e determinando o que é ser homem, o que é ser mulher e como cada um deve se comportar, um desses ensinamentos é que a esposa deve ser submissa ao marido ou que o homem deve ser o provedor do lar. Este conceito/ lógica deve ser uma norma para guiar as relações, assim, tudo que foge a este padrão é considerado um problema, por isso os homossexuais, bissexuais, negros, as mulheres e tantos outros são estigmatizados e tratados com preconceito.  A forma como cada um vive a sua sexualidade faz parte da identidade do sujeito, portanto, a homossexualidade não constitui uma doença, como era pensado antigamente. Muitas vezes os profissionais em sua prática são interpelados por questões ligadas a sexualidade, por isso devemos problematizar todas as questões ligadas a gênero, seja em nosso campo de atuação, seja em busca de políticas publicas, enfim o direito a igualdade deve sempre ser resguardado. Enquanto gestores, demais profissionais e principalmente seres humanos devemos estar engajados em eventos e serviços que promovam uma reflexão sobre o preconceito, pois acreditamos que a partir delas podemos caminhar para o fim das discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas desviantes da norma estabelecida sócio-culturalmente.

BIBLIOGRAFIA:
HEILBORN, Maria Luiza; ARAÚJO, Leila; BARRETO, Andreia (orgs). Gestão de políticas públicas em gênero e raça/GPP-GeR: módulo 2 Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.

domingo, 24 de julho de 2011

Brasil o País da Diversidade


Brasil o País da Diversidade


Somos um povo privilegiado por sermos oriundos de três povos: brancos, negros e indígenas. Com essa miscigenação nasceu à grande diversidade brasileira, entretanto, a desigualdade existente entre essa população é ainda maior.

Nossa sociedade preconiza ser igualitária e justa, mas na prática não ocorre dessa forma, pois em muitos momentos nos deparamos com situações de injustiças, intolerâncias, onde o fator desigualdade se faz mais presente.

As atitudes discriminatórias resultam em situações onde as pessoas são humilhadas, agredidas ou excluídas por fazerem parte de um grupo social específico e infelizmente está é uma prática cada vez mais freqüente dentro dos muros escolares.

Tendo por objetivo foi colher informações importantes para a elaboração de políticas que promovam a diversidade e diminuam o preconceito e as práticas discriminatórias dentro do ambiente escolar a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) realizou em 2009 uma pesquisa a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar. Os resultados indicam que negros, pobres e homossexuais são os que mais sofrem com as práticas discriminatórias, entre elas se destaca o bulling conseqüência de uma preconceito motivado cada vez mais crescente no meio acadêmico.   (Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, Fipe, 2009).

Temos um histórico mundial de olhar o outro a procura de semelhanças e diferenças e se estas forem encontradas é um bom motivo para minimizá-lo ou fazer com que ele pague por isso, afinal foi passada a idéia de que devemos formar uma raça pura. Porém, não dá mais para lavar as mãos diante dessa triste realidade de intolerância ao que se julga o outro, principalmente os negros e homossexuais.

Pensando na escola como um espaço de transformação e mudança, foi enunciada a lei 10.639/03 que torna obrigatório no ensino fundamental e médio o ensino sobre a história e cultura afro-brasileira e africana. O objetivo é divulgar e produzir conhecimentos que garantam respeito aos direitos legais e valorização de identidade cultural brasileira e africana. 

Muitos dizem que a lei favorece apenas a cultura negra, mas existem tantas outras que contribuíram ou contribuem para o desenvolvimento do Brasil que também merece destaque, contudo acredita-se também no poder generalizador do conhecimento, Martins (apud LEOPORACE, 2007) destaca que os riscos podem ser minimizados caso a História e Cultura Afro seja inserida dentro do currículo da disciplina História.

Outro fator que dificulta a implementação desta lei é que os professores em sua formação não receberam preparo especial para o ensino da cultura africana e suas reais influências para a formação da identidade do nosso país. Nesse sentido, este ponto pode ser um dos obstáculos estabelecidos com a lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, visto que a mesma não disciplina nem menciona em nenhum de seus artigos cursos de capacitação voltados à preparação de professores na área.

Podemos perceber que tem muita coisa sendo feita para valorizar a diversidade e acabar com todas as formas de discriminação, mas temos muita coisa ainda por fazer e não cabe só à escola essa árdua missão. Devemos conclamar a todos a fim de obtermos uma mobilização de todos os agentes da comunidade, da família, igreja, políticos e todos que ainda acreditam na possibilidade de mudança.

Diante desse quadro social nosso grupo notou que muitas vezes a  diversidade está atrelada a desigualdade e a partir desta percepção sentimos a necessidade de desenvolver uma pesquisa com  alguns professores, alunos e seus familiares em algumas escolas estaduais de Cachoeiro-ES e Castelo-ES, com a finalidade de averiguar  se nestas ocorre a  prática de bulling e como  está sendo trabalhada a questão da diversidade de gênero e raça no contexto educacional. Para melhor compreensão da temática abordada  no estudo é importante entender alguns conceitos. Então vejamos:

Bulling: é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) se manifesta através de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, oriundas de um preconceito. Causa dor e angústia na vítima, estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
  
Diversidade: O termo significa diversos, variedades, porém vem sendo compreendido por muitas pessoas no palco de nossas relações como sinônimo de inferioridade, ou seja, tudo que é diferente das normas impostas pela sociedade tende a ser visto como de menor valor. No nosso estudo esta palavra deverá ser usada para expor as várias culturas, povos e características particulares dos grupos que formam o Brasil.  (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)

Gênero: O termo gênero desde os tempos primórdios vem sendo empregado socialmente no intuito de facilitar a compreensão das relações estabelecidas entre os homens e as mulheres, os papéis que cada um assume na sociedade, bem como as relações de poder estabelecidas entre ambos. Apesar das diferenças biológicas entre homem e mulher, não se pode admitir um tratamento desigual e sim, diferenciado.  (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)
                                                                                
Raça: O termo raça foi utilizado historicamente para identificar categorias humanas socialmente definidas. Para a antropologia o termo raça é utilizado para construir identidades culturais. Já para a ciência só existe uma raça a humana. Entretanto, do ponto de vista social, este termo é muitas vezes utilizado para categorizar diferentes populações de uma mesma espécie biológica, considerando para isso principalmente suas características genéticas.  (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)

Desigualdade: Ocorre quando é negada a uniformidade/ igualdade de direitos a uma pessoa ou grupo humano, ferindo o princípio da justiça. A desigualdade é o resultado de um processo sócio-histórico que influenciou na construção de crenças e juízo de valor que favorecem a valorização de uns e desvalorização de outros grupos sociais.  (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)

Democracia racial: pode ser vista por alguma como interação das raças e das culturas, formando um país heterogêneo onde se respeita às diversidades. Para outros, porém, é vista como um mito, que funciona como forma de ludibriar as desigualdades existentes em todos os setores, seja no campo social ou econômico.  (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)

Sexismo: são formas de comportamentos e ideologias atribuídas a determinados indivíduos ou grupos simplesmente por causa do sexo a que pertencem. É uma forma de discriminação que leva à exclusão de pessoas com base no seu sexo.  (HEIBORN; ARAÚJO; BARRETO, 2010)

Educação: A educação está pautada no processo que é o de ensinar e aprender e com a prática educativa ocorrendo na formalidade, mas embasada na informalidade do cotidiano dos educando. Na nossa sociedade a educação surgiu de forma específica, onde havia uma educação para os de classe alta, outra para os de classe média e baixa e nenhuma para os escravos. Atualmente, existem eixos norteadores para as escolas brasileiras que devem acontecer de forma indistinta, o processo ensino aprendizagem deve ocorrer de forma clara, metodológico e planejado de acordo com a realidade que o educando está inserido. Porém, ainda podemos perceber uma enorme discrepância no sistema educacional. Notória são escolas com caráter excludentes, segregativos e conservadores em todos os níveis e modalidades. Ensejando, assim, que muitas vezes o diverso não é visto como motivo de louvor, mas de diferença e discriminação. Em suma, o sistema educacional deve rever e inovar as suas práticas educativas, principalmente no que tange ao educando no exercício da cidadania, isto é, aderir ao desafio de ser trabalhar focado em projetos e mudanças, principalmente no planejar e executar embasados na diversidade do igual em gênero em raça.


Referência Bibliográfica:

ADAMI, Humberto. LEI 10.639/09. Disponível em: http://www.adami.adv.br/raciais/24_02.asp. Acesso em: 27/07/2011.

BESSA, Karla Adriana Martins (ORG). Trajetórias do Gênero, masculinidades. Cadernos PAGU. Núcleo de Estudos de Gênero. UNICAMP. Campinas, São Paulo. 1998.
  
HEILBORN, Maria Luiza; ARAÚJO, Leila; BARRETO, Andreia (orgs). Gestão de políticas públicas em gênero e raça/GPP-GeR: módulo 1. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Pesquisa sobre Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar, 2009. Encontrado em: http://www.direitosdacrianca.org.br/midiateca/publicacoes/pesquisa-sobre-preconceito-e-discriminacao-no-ambiente-escolar. Acesso em: 27/07/2011.

LEPORACE, Camila. Lei da cultura africana e afro-brasileira: combate à discriminação ou aumento da segregação? Disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_9886/artigo_sobre_a_historia_e_cultura_afro_brasileira_e_a_lei_10.639/63. Acesso em 26/07/2011.

MURARO, Rose Marie. Sexualidade da mulher brasileira. Corpo e Classe social no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 1983.
PORTAL MEC. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: